Nas últimas semanas, grandes montadoras estrangeiras anunciaram uma série de recalls em alguns de seus modelos. A Honda fará manutenção em quase 650 mil carros em todo o mundo e a Toyota, desde setembro, já convocou mais de 8 milhões de veículos para revisão, o que levou o presidente da companhia, Akio Toyoda, a pedir desculpas públicas sexta-feira passada. Esse movimento no exterior chama a atenção para um fato inédito no Brasil: em 2009, foram anunciados 35 recalls, maior volume em um único ano, segundo dados do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), ligado ao Ministério da Justiça.
Mais de 459 mil carros precisaram voltar às concessionárias no ano passado, no País. O número é inferior ao de 2008, quando foram convocados 468,2 mil veículos. É menor também que o recorde estabelecido em 2000, ano em que foram chamados mais de 1,4 milhão de unidades. No entanto, os dados de 2009 saltam aos olhos por dois motivos: as convocações se tornaram mais freqüentes e os recalls de veículos passaram a responder por uma fatia maior dos recalls realizados no País (entram nessa conta recalls de medicamentos, brinquedos e produtos de informática, entre outros). Os 35 recalls de veículos corresponderam a 65% de todos os chamamentos de 2009. No ano anterior, foram 27 recalls de veículos, ou 58% do total.