05/02/2010 - OAB critica declaração de general candidato ao STM

OAB critica declaração de general candidato ao STM


Do Jornal do Brasil

05/2/2010 - As declarações do general Raymundo Cerqueira Filho sobre a incompatibilidade entre o homossexualismo e as atividades militares foram criticadas ontem pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, que classificou a opinião do militar como "discriminatória".

"É lamentável que este tipo de discriminação ainda continue existindo nos dias de hoje nas Forças Armadas brasileiras", disse Cavalcante. Na opinião do presidente da OAB, a defesa do país tem que ser feita por "homens e mulheres preparados, adestrados e treinados para este fim, independente da opção sexual de cada um".

Já o presidente do Clube Militar, general da reserva Gilberto Figueiredo, saiu em defesa do general Cerqueira Filho. "Concordo com o general Cerqueira. Como opção pessoal, particular, ninguém tem nada a ver com isso. Mas no desempenho das atividades, não entendo como seria possível (um militar assumir a homossexualidade)" disse.

"Há homossexuais nas Forças Armadas, isso não é de hoje. Comoopçãoparticular, quando sai do quartel, com discrição, pode exercer a opção que bem entender. Mas que isso não fique explícito.

Segundo Figueiredo, é realmente difícil para um homossexual obter o respeito necessário dos militares, algo que seria fundamental caso o indivíduo ocupasse uma função de comando. "Entre nós ainda é tema de chacota, de piada, de brincadeira. Uma pessoa que se sujeita a essa resistência toda fica difícil de ser respeitada, de ser entendida", explicou.

Na reserva há sete anos, o general, no entanto, diz que conheceu diversos casos de homossexualismo quando estava em atividade e afirmou que alguns militares chegaram a ser afastados porque assediaram sexualmente outros oficiais.

"Tem que ser discutido sim, tem que ter um estudo sério. Mas a minha opinião é que no dia de hoje, dentro do contexto cultural das Forças Armadas, não dá certo. Esse tema é meio tabu". (Com agências)

Fonte: Jornal do Brasil
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